Vem, quando se ama o tempo pára,
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Vem, quando se ama o tempo pára,
Desmundo
Uma dor silenciosa vaza-me por inteiro
Vejo o que pensava ser diluir-se em nada,
Sobra-me um vazio de significados
Como migalhas de uma existência que não alcanço,
E a cada amanhecer parece iniciar-se um novo "jogo de dados".
Sorte,acaso,sucesso,embaraço,
Uma corrente de fatos que não garantem sustento;
Percebo que não encontrei das coisas o fundamento.
Circunstâncias jamais explicarão o ser assim,
Que mesmo desencontrado,não me encontro abandonado de mim.
Os demônios ansiosos do dia-a-dia,
E nem mesmo os fantasmas agourentos das noites
Arrancam do tesouro secreto na alma,
Essa estranha sensação de paz e calma
Que da vida suporta os piores açoites.
Vejo coisas inauditas
Ouço sobre uma vida jamais vista,
Todos os meus sentidos estão atolados no medo,
Mas os olhos e ouvidos de que falo
São de um coração que testemunham no “Desmundo”
Seus mais preciosos segredos.
Mensuro tudo com medidas incompreensíveis,
Compreendo as coisas com amor imensurável,
De sorte que não há perda que não me acrescente,
Confrontos que não me encontrem valente,
Impressões alheias que atentem contra o que me revela o “espelho de dentro”:
- Que na vida nada há que não se redima,
E lugar em que não se encontre contentamento.
(Matheus "Theo" Fagundes).
Realidade (Em 18/11/10, às 13:30 hs)
Às vezes canso de minha escrita:
- Rima entediante, prosa incompetente,
Temas aparentemente defasados, estilo decadente.
Terrível golpe na ambição deste infeliz,
Na vida, aprendiz de humano, de poeta,
Nessa vergonhosa expectativa dos créditos do que diz.
“Triste”, sim, é a palavra que ao poeta define:
- Pois, desde quando a tal felicidade foi tema real?
Se alguma satisfação há, é deixar que a tristeza ensine.
“Felicidade” é mera utopia:
- Delírio de ufanista, débil, cego, tolo,
Ideal tão fugidio, que mesmo os mais “inspirados”
Somente alcançam-no por meio de alegorias.
Ah! Com a tristeza não se dá assim:
- Ela, sim, é real, em todos entranhada, de todos conhecida, visceral.
Conceito (como a outra?)? Jamais ! Antes é, no Livro da Existência
Tema, prelúdio, desenvolvimento, posfácio, e fim.
Pelo jeito, ainda hei de muito cansar-me da escrita:
- Fazer o quê se, não falta-me tema mais atual,
Dores, questões, problemas, e vida _gargalho !_,
Pra falar desta, de todos, desdita?