segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Desmundo
Uma dor silenciosa vaza-me por inteiro
Vejo o que pensava ser diluir-se em nada,
Sobra-me um vazio de significados
Como migalhas de uma existência que não alcanço,
E a cada amanhecer parece iniciar-se um novo "jogo de dados".
Sorte,acaso,sucesso,embaraço,
Uma corrente de fatos que não garantem sustento;
Percebo que não encontrei das coisas o fundamento.
Circunstâncias jamais explicarão o ser assim,
Que mesmo desencontrado,não me encontro abandonado de mim.
Os demônios ansiosos do dia-a-dia,
E nem mesmo os fantasmas agourentos das noites
Arrancam do tesouro secreto na alma,
Essa estranha sensação de paz e calma
Que da vida suporta os piores açoites.
Vejo coisas inauditas
Ouço sobre uma vida jamais vista,
Todos os meus sentidos estão atolados no medo,
Mas os olhos e ouvidos de que falo
São de um coração que testemunham no “Desmundo”
Seus mais preciosos segredos.
Mensuro tudo com medidas incompreensíveis,
Compreendo as coisas com amor imensurável,
De sorte que não há perda que não me acrescente,
Confrontos que não me encontrem valente,
Impressões alheias que atentem contra o que me revela o “espelho de dentro”:
- Que na vida nada há que não se redima,
E lugar em que não se encontre contentamento.
(Matheus "Theo" Fagundes).
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