sexta-feira, 27 de março de 2009

Canção d'amores











      A "canção" abaixo é especial pra mim ! Comecei-a em 2005 e terminei ontem à noite, 26/03/2009.
       Há quem pergunte: mas ,pra uma coisa tão simplória como essa , deveria ter demorado tanto tempo? Ao que minha resposta será: sim, e talvez.
      Das diversas que "compus" (geralmente relacionada à estágios de minha vida afetiva), essa é o meu "filho predileto". Ora, mas por que? Por que fala daquilo que foi muito mais que um estágio, antes, uma constante na construção de minha afetividade: se é que a tenho...rsrsrs.
       Vale ressaltar que, quando me refiro à "amor" de forma aparentemente cruel não estou me referindo ao "Amor" que é referência de vida "aqui" e "para além daqui". Não falo do Amor "aghapos". Refiro-me àquilo que se costumou chamar de "amor romântico"...esse mesmo de nossas experiências corriqueiras e cotidianas.
       O período de 2005 e,este de 2009, foram os únicos em que eu poderia me expressar dessa maneira. Bendito seja Deus, que posso me expressar com dor amorosa, e não com dor magoada.
         A referência à "amada" no último verso não está relacionada à ninguém especificamente: até mesmo por que a distãncia entre os dois períodos _o de início e de conclusão da canção_ deram-me a chance de muito sofrer, mas tudo isso por que também deram-me a chance de muito amar. E por isso viver vale a pena... rsrs.
        Simplesmente, é o desejo de todo o que está vivo ,amar, e todo o que ama querer ofertá-lo e ofertar-se como libação derramada aos pés de "uma amada". Bendito seja Deus pelos que a encontram...rsrsrs.

       Nele, que no chão da vida faz brotar amor do caos, e regar sementes de vida e aceitação com lágrimas de aparente rejeição e abandono;

       Theo Fagundes



Canção d'amores

O amor é ferida aberta,
no peito de quem sofre desse mal tão bom;
O amor...

Enfermidade que traz vida
que liberta, mas faz servos
Em seu reino de escravos voluntários;
O amor...

Dor que prosta, que sujeita e acorrenta à seus pés;
Que derruba o mais valente, faz caí-lo descontente,
O amor...

Facho de luz em densas trevas, demônio do meio-dia
Assalto à meia-noite, cruel em seus açoites;
Algoz cruel do inocente, que de um único dano é reincidente: amar...

Mesmo cobrando tão alto preço
não há quem não lhe tenha apreço;
Pois na vida é dádiva e milagre,
que do fim faz recomeço.

E qual homem diante desta morte
não desejou ser esta sua sina e sorte?
Ver sua vida como libação derramada,
em devoção e entrega aos pés de sua amada...

Theo Fagundes

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