quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Lúcio*, a criança da Luz !!!



           
          
          Hoje conheci um garoto esperto, cheio de luz; o Lúcio ! Estava lá no estúdio de música _onde geralmente presto serviços como vocalista_ e acompanhava seu professor de violão, que, talentosíssimo que é, participava como baterista em um projeto musical cultural.
               Assim que o vi identifiquei-me: parecia ver-me nele quando tinha a sua idade, 12 anos. Olhar atento à tudo que o rodeava, jeitão tímido aparentado um certo desligamento, mas era somente aparência mesmo...
            Começamos a conversar sobre rock’n roll, livros e leituras, violão, e eu ali, me sentindo um “velho sábio” diante de um iniciado; transmitindo-lhe tudo que me vinha à cabeça com uma avidez que mais parecia que era minhas últimas palavras em um leito de morte ! Engraçado...! 
           “Desci” de meus modos e jeitos de “adulto” para que a “criança” me entendesse, e assim partilhasse das coisas “sagradas” que (penso eu...) compartilhava com ele. O mais surpreendente é que me entendia em tudo, criando vários “links” na conversa, governando a prosa com sua imperatriz genialidade inocente de criança. Entendi muitas coisas...aprendi mais coisas com esse meu novo amiguinho do que o próprio imagina...
            Parecia perceber com certa propriedade a antiga história de “tornar-se criança para captar as coisas do Sagrado, do Divino”. Sim, o sábio Mestre judeu tinha razão: têm que ser criança para se fartar dos frutos da Vida...!
            Não se trata de infantilização, decadência, ou falsa ingenuidade; estas coisas são secundárias, meras aparências, rótulos, enfim, coisas e discursos de “adultos”. É uma questão de ser...e somente ser. A simples abertura para o outro, sem as armaduras, disfarces, e farsas da suposta maioridade.
            Em nenhum momento senti-me tentado a contar estórias mirabolantes, interpretar um papel, esconder motivações ímpias, ou até mesmo ocultar uma grande afetividade por temor... não, nada disso. Estávamos ali, eu e o Lúcio, e tudo era luz, transparente, ingênuo, ambicioso e sedento como sonho de criança, uma troca permanente e própria. Em 40 minutos, doei e ganhei..., sem esforços cênicos, sem nada mais do que ser...! Fui criança com o Lúcio e a sua luz ( a mesma que carrega em seu próprio nome), e senti-me feliz, como poucas vezes, sendo somente eu...sendo integralmente eu, totalmente.
           Que a Luz lhe acompanhe até o fim dos seus dias, grande Lúcio, assim como o nome-título que carrega.
  

* O nome “Lúcio” deriva do termo latino “Lux”, que significa “Luz”.

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