Libertar a morte presa na garrafa,
Reduzir a vida à medida do copo,
Chorar a perda, beber a alegria,
Desculpar-se da fraqueza e covardia.
Dos dias negar-se a colher o mal,
Da dureza dos golpes na noite da vida
Evadir-se na sutileza do gole;
Nutrir a “infância”, rejeitar o “crescer”,
Transformar toda a riqueza e sorte
Na eternidade mórbida de beber.
A água ardente no recipiente
Jamais abrandará o inferno do doente,
E nem mesmo o livrará do dia final
Antecipado pela magia do gole,
Provocado pela maldade do golpe,
Tragando-lhe nas ardentes águas do tédio eternal.
Liberar a vida entulhada em ti,
Reduzir a morte à grandeza da vida;
Chorar de alegria, e tragar a perda com ousadia;
Suplantar-se em vontade, curar a ferida,
Abrir os olhos, abraçar a sina; colher Todo o dia.
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